As cardiopatias congênitas são problemas sérios do coração que já estão presentes desde o nascimento. Uma pergunta comum é quanto tempo vive uma pessoa com cardiopatia congênita.

Embora essas condições possam diminuir significativamente a expectativa e qualidade de vida de quem as tem, com o cuidado médico adequado e tratamento correto, muitas pessoas conseguem viver bem apesar dessa condição.

Neste texto, exploraremos a vida de quem lida com essas questões cardíacas. Vamos analisar os fatores que podem ameaçar a sobrevivência, as possíveis complicações e como é possível evitar problemas, proporcionando uma vida mais longa e saudável.

O que é cardiopatia congênita?

Cardiopatias congênitas são defeitos do coração desde o nascimento. Eles acontecem devido a problemas no coração quando o bebê está sendo formado.

Isso pode ser causado por diabetes, hipertensão e outras condições maternas. Ou, ainda, por questões genéticas ou histórico da família. Infecções, medicamentos e drogas usadas pela mãe também podem ser fatores.

Definição e causas

Pensando em cardiopatias congênitas, imaginamos vários defeitos cardíacos. Eles surgem enquanto o feto ainda está se formando, nas oito primeiras semanas.

Esses problemas podem atrapalhar a circulação do sangue e a oxigenação do corpo. Fatores genéticos, exposição a coisas ruins para o bebê e doenças da mãe são as principais razões.

Tipos mais comuns de cardiopatias congênitas

Um tipo comum é a comunicação interatrial (CIA). Ela é um defeito na parede entre os átrios e corresponde a 40% dos casos.

Já a comunicação interventricular (CIV) é uma abertura errada nos ventrículos e acontece em 15% dos casos. Problemas nas válvulas do coração e no músculo cardíaco são comuns também.

Diagnóstico precoce: a chave para um tratamento eficaz

É essencial detectar cedo uma cardiopatia congênita. Assim, o tratamento pode começar rapidamente para melhores resultados.

Durante a gravidez, o ecocardiograma fetal feito entre a 21ª e 28ª semana é muito importante. Ele pode mostrar problemas no coração do bebê antes dele nascer. Cerca de metade das cardiopatias são encontradas nesse período.

Testes de diagnóstico na gravidez

O ultrassom morfológico é vital para encontrar problemas no coração do bebê ainda durante a gestação. Ele mostra a estrutura do coração e ajuda a descobrir se algo não está normal. Isso faz com que diagnosticar as cardiopatias já no começo seja possível.

Exames após o nascimento

Depois que o bebê nasce, o Teste do Coraçãozinho é feito em todo o Brasil e é muito importante. Ele ajuda a achar algumas cardiopatias desde o início.

Sinais como a pele azulada, suor em excesso e dificuldade para engordar também podem indicar problemas no coração.

Nestes casos, é fundamental fazer mais exames, como ultrassom do coração e eletrocardiograma. O objetivo é descobrir o que há de errado e começar o tratamento com a equipe certa.

Quanto tempo vive uma pessoa com cardiopatia congênita?

Nos últimos anos, graças a avanços na medicina, mais crianças chegam à idade adulta com cardiopatias congênitas.

Cerca de 85% delas atingem a fase adulta. Isso é muito mais do que no passado, mostrando melhorias na sobrevivência.

Hoje nos Estados Unidos, mais de um milhão de adultos vivem com essa condição, ultrapassando o número de crianças doentes. Os cuidados médicos avançaram muito, garantindo a vida dessas pessoas por mais tempo.

É crucial lembrar que, sem o devido tratamento, a cardiopatia congênita pode ser mortífera. Por exemplo, cerca de 6% das crianças no Brasil não chegam a completar um ano de vida. Em 2018, malformações do coração causaram 3.603 mortes infantis no país.

Se tratada a tempo, muitos pacientes têm uma boa vida e vivem por muito tempo. Viver bem e por muito tempo com essa condição depende de vários aspectos. Entre eles, a gravidade da doença, o tratamento recebido e o acompanhamento médico regular.

Tratamentos e avanços na medicina

O tratamento das cardiopatias congênitas requer uma equipe diversa. Cirurgiões, especialistas em procedimentos menos invasivos e médicos de todas as áreas atuam juntos. Isso amplia as possibilidades terapêuticas, melhorando o dia a dia dos pacientes.

Cirurgias corretivas

Após o nascimento, cirurgias urgentes são feitas em bebês com cardiopatias congênitas graves. Outras, menos críticas, podem ser adiadas para a infância ou até a vida adulta.

Estas cirurgias corretivas visam arrumar problemas do coração. Assim, ajudam a deixar o fluxo de sangue correto e melhoram o funcionamento do órgão.

Cateterismos e procedimentos percutâneos

Houve grandes avanços nos cateterismos terapêuticos. Agora, muitas cirurgias no coração podem ser evitadas. Implantes de dispositivos importantes, como stents, podem ser feitos por dentro, sem cortes grandes.

Esses tratamentos menos invasivos são seguros e efetivos. Eles diminuem bastante os riscos associados à cirurgia e aceleram a recuperação.

Tratamentos medicamentosos

Junto com as cirurgias e procedimentos, remédios também são usados. Diuréticos, remédios para pressão alta, entre outros, podem melhorar o coração. Novos medicamentos inovadores estão sendo usados, aumentando nossas opções de tratamento.

Acompanhamento e qualidade de vida do adulto com cardiopatia congênita

Para quem tem cardiopatia congênita e já é adulto, é crucial ter um acompanhamento médico regular. Isso significa ir ao cardiologista pediátrico e ao cardiologista geral. Eles vão cuidar do coração e verificar como a idade afeta sua saúde.

Esse cuidado ajuda a evitar e tratar problemas sérios, como pressão alta nos pulmões e batimentos cardíacos irregulares. Também diminui o risco de infecções no coração.

Para muitos adultos com cardiopatia congênita, pode ser necessário fazer mais cirurgias. Isso porque os consertos feitos na infância podem não durar para sempre. Então, manter-se sob os cuidados dos médicos, fazendo exames regularmente, é muito importante.

Se esses adultos seguirem as indicações dos médicos, muitos podem ter uma vida ativa e saudável. Fazer exercícios físicos leves pode até ser liberado, mas sempre conversando com o médico primeiro. Mas lembre-se, é vital ficar alerta para sinais de problemas como a hipertensão pulmonar.

Prevenção e cuidados pré-natais

Ainda não podemos evitar totalmente as cardiopatias congênitas. Porém, é crucial conhecer e controlar seus possíveis fatores de risco.

Estes incluem diabetes, hipertensão, lúpus, e infecções, bem como o uso de certos medicamentos ou drogas durante a gravidez. É importante saber também sobre o histórico familiar.

Ter um bom acompanhamento pré-natal é essencial. Exames como o ecocardiograma fetal ajudam a identificar esses problemas bem cedo. Assim, o bebê pode receber cuidados especializados desde o início, se for necessário.

Fazer o pré-natal e cuidar da saúde durante a gestação também é vital. O controle de doenças crônicas e a vacinação contra a rubéola – recomendada para meninas entre 9 e 14 anos pelo Ministério da Saúde – são passos importantes. Adotar hábitos saudáveis, como praticar esportes e comer bem, ajuda a evitar problemas.

Esses cuidados ajudam a tornar a gravidez um período mais seguro. Eles diminuem as chances de o bebê nascer com cardiopatias. Esforços durante o pré-natal podem fazer toda a diferença para a saúde do novo integrante da família.

Conclusão

No Brasil, o tratamento de cardiopatias congênitas evoluiu muito. Mais crianças chegam à adultez graças a isso. Porém, os desafios para acessar locais especializados ainda existem.

Há pouco mais de 60 hospitais públicos para cirurgias infantis no coração. Eles ficam, principalmente, no Sudeste e Sul. Os locais no Norte e Nordeste sofrem com a falta desses serviços.

O Ministério da Saúde criou um plano para melhorar o acesso pelo SUS. Esse plano quer capacitar equipes de diferentes profissionais.

As metas incluem avançar nos tratamentos e proporcionar cuidados completos e de qualidade. Vencer os desafios deverá garantir o devido cuidado com quem tem problemas no coração desde o início da vida.

Mesmo com os avanços, muitas melhorias são necessárias para atender a todos. Melhorar o acesso ainda é um desafio grande. O esforço conjunto do governo e de toda a sociedade é imprescindível para atingir esse grande objetivo.

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Avatar de César Walsh

Economista e financeiro com vasta experiência em grandes hospitais, César Walsh, atualmente, dedica-se como hobby a produzir conteúdos na área da saúde, compartilhando insights no Ortopedista de Ombro blog.